No século XII, o monge alemão, Thomas de Kempis, em sua clássica obra, A imitação de Cristo, parafraseando o filósofo grego Sócrates, do quarto século da era cristã, advertia os cristãos piedosos: "o humilde conhecimento de si mesmo é o princípio da sabedoria cristã!".Foi na esteira dessa bela tradição humana que o autor do presente livro concebeu e desenvolveu a capa em que inseriu, em carácteres gregos, dois termos do contexto cultural do referido filósofo grego: Teogonia, nascimento de Deus e "gnoti se auton", isto é, conhece-te a ti mesmo! Como se depreende, neste manual, estou apontando e descrevendo um programa, um caminho para acordarmos o divino adormecido no peito humano! Isso significa que todo ser humano carrega em suas entranhas um Deus que dormita.Ser livre é ser mestre de si mesmo. Para muita gente, essa maestria está ligada à liberdade de ação, de movimento e de opinião, e à oportunidade de atingir as metas estabelecidas para si mesmo. Essa convicção situa a liberdade principalmente fora de nós mesmos, sem tomar consciência da tirania dos pensamentos.Ao "alfabetizar"-me na "cartilha" de frei Carlos Mesters, Bíblia e teologia compareciam como seres vivos – inicialmente intrigantes, instigantes e, ao final, amigos e parceiros. E persistindo no traquejo com eles, iam-se metamorfoseando e ganhavam cores e sabores, impregnados de poesia e vida. Sabor de manga, abacaxi e araçá. Cor, cheiro e gosto de terra e chuva do cerrado goiano tocantinense. Sabor, cor, odor e vida de minha vida e da vida que me circunda!Aqui, nesse meu receituário a que denominei Descobre teu próprio mestre! – Teoodisseia, como cão mestre farejador, busco o itinerário, a metodologia, melhor dizendo, a pedagogia adotada pelo mestre dos mestres, o Senhor do universo, clemente e misericordioso, enquadrado na cultura bíblica, como "Ieshoua, ben Iosseph, ben Miriam".Pois aí está. Entendi que Jesus de Nazaré ofereceu-nos a chave da apóstrofe do filósofo grego Sócrates, "Gnoti seauton!", "Conhece-te a ti mesmo!". Ao convocarmos, pela fé e confiança, a imagem de Deus, adormecida em nós, convocamos e acordamos nosso próprio mestre, adormecido em nosso peito! Assim, juntando pé à cabeça, mucumbu com calcanhar, fica também explicado o lema que inseri na gravura da contracapa desse livro: "Levo no peito o clamor das galáxias!".Hegel entendia que a história humana é movida pelas ideias e apontava a Revolução Francesa conduzida por Napoleão Bonaparte, como o Espírito montado a cavalo, enquanto Marx enxergava no mesmo Napoleão a mão da história traçando rumos!