Este livro que, indiscutivelmente, tem um componente de ineditismo, foi elaborado por um grupo formado por uma professora ouvinte, doutora e pesquisadora da (Meta)Lexicografia, e três professores surdos, mestres e professores de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a língua gestual-visual-espacial dos surdos brasileiros. Sua finalidade principal vem a ser chamar a atenção de surdos e ouvintes sinalizantes para a grande importância de contar com obras lexicográficas que lematizem, segundo critérios científicos, não apenas unidades lexicais simples, mas também unidades lexicais compostas e complexas, haja vista sua grande produtividade nos discursos escritos e orais de qualquer falante da língua portuguesa, segunda língua dos surdos brasileiros. Partindo da descrição da estrutura textual de verbetes de substantivos extraídos de obras de referência elaboradas na direção Português-Libras, por um lado, se pretende mostrar que de modo geral as unidades lexicais do Português e seus equivalentes de tradução para a Libras não têm sido incorporados em obras de referência que envolvem as línguas aqui em questão. Por outro lado, tem-se a finalidade de apresentar uma proposta original de verbete para a classe gramatical substantivo inspirada em duas teorias da (Meta)Lexicografia: a Teoria Funcional da Lexicografia -que como vem sendo ventilado por estudiosos desse ramo da Lexicografia, por envolver todos os aspectos da Lexicografia, é uma teoria geral-, e a Teoria da Lexicografia Bilíngue Contrastiva, que é uma teoria específica ou paradigma. A defesa que subjaz a este trabalho é a de que as obras de referência que pretendem se constituir como ferramentas complementares de ensino e aprendizagem de línguas mais do que quaisquer outro tipo de obra lexicográfica, a esta altura dos avanços dos estudos da (Meta)Lexicografia não devem continuar a ser elaboradas com base na intuição de seus autores. Ao contrário: devem ser elaboradas sobre o alicerce dos princípios da (Meta)Lexico