Se você sempre achou absurdo admitir como "vítima da sociedade" um ladrão apanhado em plena atividade criminosa, se você se recusa a tratar como "oprimido" aquele que furta, assalta e mata, enquanto as verdadeiras vítimas desaparecem de vista nas brumas da hipocrisia e da desfaçatez, se você não se conforma em ver esses "elementos" saindo livres e cada dia mais desafiadores pela porta da frente das delegacias e Tribunais, é inevitável que se veja contrariado e atônito diante da expressão "presunção de inocência" - ao menos na forma como tal conceito foi criado e é aplicado neste Brasil.Na presente obra, o advogado e professor de Direito Renato R. Gomes mostra como este metaparadigma do direito "moderno" desmoraliza a si mesmo, além de servir a interesses políticos de magistrados que jamais deveriam atuar partidária e ideologicamente, mas o fazem por total descolamento da realidade, além de uma confiança insana na deseducação e incultura de um povo majoritariamente pacífico, porém tomado por indolente ignorante pelos ativistas de toga e seus apaniguados. Menções honrosas à quase unanimidade da imprensa militante, à classe artística e a pseudointelectuais de extrema esquerda que os enchem de coragem e rapapés para serem... ora, o que são!Eis aqui uma reação vigorosa, com discurso equilibrado entre a polidez e o coloquial, confrontando o STF com ele mesmo em diferentes episódios de iguais situações em que o já decidido num passado recente sai aos pescoções com o inventado na hora e termina obscurecido para sempre. Tal clareza do incompreensível vem vaporizando qualquer resquício de credibilidade dispersa, mergulhando a reputação da mais alta Corte na lama mais profunda. E justamente porque em nenhum momento isso parece importunar os iluminados ministros,