Uma menina entrando na adolescência e tendo que lidar sozinha com as dificuldades típicas dessa fase, enquanto ajuda a cuidar da mãe em depressão e auxilia o pai no trabalho no rancho da família. Esse é o centro de 'O deus dos animais', que marca a estréia de Aryn Kyle na literatura. Em um relato que alterna uma linguagem quase poética a temas fortes como ciúme e solidão, a autora nos mostra um panorama da alma humana, com suas qualidades e seus defeitos. Alice Winston tem 12 anos e leva uma vida solitária depois que sua irmã mais velha, Nona, fugiu para se casar com um caubói de rodeios. Sem poder contar com a presença da mãe, que não sai do quarto desde que a filha caçula era um bebê, e diante de um pai sobrecarregado com as tarefas de um rancho de cavalos em declínio, a garota usa a imaginação como válvula de escape. Sentada em meio às roupas deixadas para trás pela irmã, Alice cria diálogos nos quais divide suas angústias e afirma sua importância na rotina da família. Paralelamente, o pai de Alice precisa descobrir formas alternativas de ganhar dinheiro para garantir não só o sustento da mulher e da filha como a sobrevivência do rancho. Ao ir embora, sua primogênita também afetou a vida financeira dos Winston: era Nona quem vencia campeonatos de exibição de cavalos e recebia os prêmios que ajudavam nas despesas. A chegada de Sheila Altman, uma menina rica que começa a freqüentar o rancho porque seus pais pagam para que ela passe as tardes cuidando dos animais, é vista como uma solução para a volta dos tempos de glória. Treinar Sheila para competir poderia revelar um talento semelhante ao de Nona. A morte de Polly Cain, uma colega de escola, é o ponto de partida para Alice se aproximar de Mr. Delmar, que seria seu professor de inglês no semestre seguinte. Ao conversar com ele, a jovem descreve uma vida diferente, na qual os problemas reais não fazem parte do dia-a-dia.