Hoje em nossa sociedade ocidental, o tempo não é mais visto como uma riqueza, mas como um bem que nos faz falta. Nossa relação com ele se caracteriza por uma atitude negativa: nos queixamos da escassez de tempo, temos a impressão de correr atrás do tempo, perguntamos a nós mesmos onde achá-lo. Dez Considerações sobre o Tempo convida o leitor a pensar de modo diferente essa questão. Voltando à idéia de que o tempo é um capital inestimável para o homem e não uma iguaria rara, Bodil J nsson nos leva a refletir sobre uma melhor utilização do tempo. Suas experiências pessoais e seu trabalho na área de Física servem de exemplo à autora quando ela opõe o tempo dos relógios ao tempo vivido, ou quando se torna advogada dos tempos de parada, necessários ao pensamento. Segundo a escritora, no decorrer dos seus vinte anos de reflexões sobre o tempo, deu-se conta de que muitas pessoas meditam sobre sua relação com o tempo. &ldquo,Querem discutir sobre isso, ser encorajadas, trocar idéias.&rdquo, &ldquo,O tempo não é uma questão que se possa resolver de uma vez por todas. Trata-se de um processo que dura a vida toda. Para começar, é essencial deixar de lado uma visão do tempo através destas frases deprimentes: Ah, tenho tão pouco tempo ou Não tenho tempo&rdquo,, diz J nsson, que usa a imagem de uma escada de quatro degraus para mostrar como avançar no sentido de poder fazer tudo o que se deseja. Cada degrau sinaliza um progresso. Fenômenos como mudar incessantemente de canal na TV ou falar compulsivamente no telefone celular também são analisados com humor, mas, além da pertinência de suas reflexões, J nsson conseguiu a proeza de nos dar a impressão &ndash, ao fecharmos o livro &ndash, de que afinal temos tempo.