Em Dezoito graus, Lauro Cavalcanti mistura ficção e realidade para contar a história do mítico Palácio Capanema, edifício sede do Ministério da Educação e Saúde construído no governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Conduzido por personagens reais – entre eles, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Le Corbusier e o próprio Getúlio –, o livro repassa os percalços deste projeto fundador da arquitetura moderna brasileira em meio a um complexo embate político.
O livro oferece um completo panorama da história e ao mesmo tempo remete o leitor para uma trama intrincada de personalidades conhecidas, cenários presentes em nossas memórias e situações que conseguimos imaginar. A vitória de um projeto extremamente conservador no concurso para a nova sede do Ministério da Educação e Saúde, em meados da década de 1930, foi o gatilho dessa história. Com poderes ditatoriais, Getúlio Vargas flertava ao mesmo tempo com o modernismo e o integralismo, versão local do nacionalismo fascista. Mas mesmo sob intensa pressão política, o ministro Gustavo Capanema conseguiu reverter o resultado negativo. O projeto vencedor ganhou o prêmio mas não saiu do papel. Para um novo estudo, Capanema convocou Lucio, que constituiu uma equipe de jovens arquitetos, entre eles Niemeyer, e apelou à chancela de Le Corbusier, o grande representante do ideário de uma nova arquitetura no período, já maduro mas ainda gauche no próprio continente europeu. Embasada em profunda pesquisa do autor, a trama passeia por Rio de Janeiro, Paris e Nova York – e pelos pensamentos e diálogos dos personagens envolvidos – para remontar os paradoxos da época.
Lançado originalmente em edição de arte, Dezoito graus foi adaptado nesta segunda edição para formato pequeno, adequado à absorção do leitor que o texto de Lauro promove. O livro conta com fotos de época, selecionadas para tangibilizar a narrativa.