O príncipe Vlad III da Valáquia, o empalador, herdara de seu pai, Vlad II o apelido dracul, que significa o diabo , em romeno. Não à toa. Drácula foi um personagem histórico, guerreiro na luta contra o Império Otomano e a expansão islâmica na Europa. Mas sua crueldade e seu sadismo o caracterizaram como dracul, pelo modo como matava seus inimigos e os empalava, e inspirou Bram Stoker em sua obra mais célebre.Baseada na vida de Vlad III, esta obra não se vale nem da lendária crueldade do príncipe nem do gosto gótico ou das histórias de vampiros comuns na literatura atual. Mincu ressuscita o personagem histórico, o guerreiro que o papa Pio II apoiou e admirou na esperança de torná-lo o principal comandante da luta contra os turcos e contra o islamismo. De maneira original, este romance é apresentado em primeira pessoa pelo próprio Drácula durante sua prisão no castelo de Visegrád, um homem consciente da própria lenda negra, a par dos documentos históricos que essa lenda alimentou. Isso só é possível porque o Drácula de Mincu é, como foi o príncipe Vlad, um homem culto, poliglota, um humanista levado a agir por um destino mais sofrido do que desejado.