“Se o homem compra, se comunica, se informa e namora virtualmente, é certo que também por meio virtual é chamado a exercer sua cidadania. (…) Esse quadro faz com que algumas garantias fundamentais da pessoa humana sejam postas em xeque por novas ameaças, o que leva necessariamente o jurista a contestar concepções clássicas que não mais respondem de modo satisfatório às necessidades da sociedade. E é nessa linha de contestação de concepções clássicas e de proposição de novos caminhos para lidar com os problemas decorrentes dessas novas tecnologias que se insere o livro de Roberto Ricomini Piccelli, ora publicado, enriquecendo a literatura constitucional brasileira. O objeto material da obra é exatamente um desses direitos que são diretamente afetados pelas inovações tecnológicas, em especial a internet, qual seja, o direito à privacidade. Esse tema clássico e sempre atual é analisado pelo autor sob a perspectiva pouco usual de sua dimensão política, transcendendo os estritos limites individualistas para destacar aquilo que a obra considera a relevância supraindividual e coletiva da privacidade.” (trecho do prefácio de Carlos Bastide Horbach)