DIREITO ANTIRRACISTA - 2021

A autora posiciona o direito como um campo permeado de contradições, que está em disputa, revelando que o “império da lei” é criação estética, linguística e simbólica, em que o racismo media o sentido jurídico. A análise da questão racial recai sobre a racionalidade jurídica brasileira, que se mostra incapaz de transformar as injustiças sociais que definem o lugar da raça e são agravadas por injustiças cognitivas que confinam o pensamento social. Na maioria das vezes, elas partem da negação de bens, serviços e direitos tão básicos que chegam a parecer naturais e inalcançáveis. As reflexões são de uma jurista negra mestiça, acadêmica e nordestina, que enfrenta a solidão dos negros que ocupam lugares “de” brancos e escolhe a insubordinação, a indignação, negando-se a ocupar o lugar planejado para o negro que ascende: o da negociação de sua própria identidade enquanto negro.