Os diversos capítulos do livro possuem em comum uma abordagem com foco na interdisciplinaridade e no pensamento crítico, próprio da filosofia, postulando-se por uma mudança na compreensão do conhecimento, de representacionalista (mimético) para um que seja construcionista ( poiético ), indo da mimesis à poiesis , ou seja, favorecendo uma interpretação poiética dos nossos conhecimentos (Luciano Floridi), como base para uma Filosofia da Inteligência Artificial, democrática, inclusiva, planet centered , e que, portanto, leve em consideração as Epistemologias do Sul, além de outras mais, de modo a não sufocar a diferença que tanto nos favorece. Afinal, o mais importante é saber fazer as perguntas corretas e que realmente interessam: como queremos viver, o que nos é importante atingir como sociedade? Isso em face dos desafios das novas tecnologias, em especial da Inteligência artificial. Também no sentido de uma melhor proteção aos direitos fundamentais e direitos humanos de todas as parcelas da população, focando não apenas nos aspectos pessoais e direitos individuais, mas também naqueles coletivos e sociais (multidimensionalidade dos direitos humanos e fundamentais). Para tanto, é imprescindível uma análise crítica, logo filosófica, no sentido de uma etopoética , construtivista de novos valores e de uma consciência crítica mais aguçada, verificando-se o que não mais é aceitável em termos de sustentabilidade e equidade por uma análise meramente econômica do direito, amparada em aspectos de eficiência e maximização da riqueza, acirrando uma concentração de riqueza absurda e suicidária.