À medida que a disciplina de Antropologia Forense continua a crescer e expandir em escopo e profundidade, torna-se necessário defini-la dentro do quadro maior das profissões de ciências forenses.
A busca pela transparência nas ciências forenses é guiada por programas robustos de garantia de qualidade (QA – Quality Assurance), no entanto, ideias antiquadas sobre o que é QA e como ela é aplicada são um obstáculo para muitos laboratórios e profissionais. Serviços forenses de qualidade são mais eficazes quando as melhores práticas, a ética profissional e os conceitos sobre procedimentos operacionais padrão (POPs) são aprendidos durante os anos de formação e treinamento. Com exceção de algumas universidades e laboratórios de Antropologia Forense bem estabelecidos internacionalmente, o conceito de QA normalmente não é incorporado nesse nível acadêmico de treinamento e educação.
A ciência da Antropologia Forense tem sido aplicada há décadas no Brasil, no entanto, sua prática real não está bem regulamentada ou padronizada. As áreas de atuação da Antropologia Forense apresentam consenso, mas não estão oficialmente reconhecidas de nenhuma forma, e sua prática atualmente carece de normas mínimas publicadas.
A Associação Brasileira de Antropologia Forense (ABRAF), por meio de sua Diretoria da gestão de 2022-2024, reconhece que é imperativo promover a melhoria dos padrões, das normatizações e dos serviços por meio do desenvolvimento e da adoção de protocolos, diretrizes e procedimentos operacionais padrão, bem como de corpos relacionados aos profissionais, à educação, à pesquisa e às melhores práticas.
Há a necessidade de se profissionalizar a Antropologia Forense. Criar normas e estruturas para a qualificação e a prática da disciplina pode fornecer uma base para o trabalho do antropólogo forense, um conhecimento para quem quer contratar esse profissional, um entendimento sobre quando é necessária a atuação de um antropólogo forense e o que esperar de uma análise antr