Neste livro, Armand Mattelart nos guia em meio à trama dos empreendimentos culturais, lembrando-nos dos desafios urgentes de uma diversidade posta em risco por uma produção cultural que se deixa reduzir a seu valor de mercado. A mundialização das indústrias culturais projetou os 'produtos do espírito' para o centro das negociações sobre a liberalização total das trocas comerciais. O tema da diversidade cultural, por muito tempo amordaçado, passou a constar da ordem do dia das grandes instâncias internacionais. A preservação da diversidade deve ser posta a cargo das políticas públicas, ou pode ser atendida pela multiplicação da oferta mercantil de bens e serviços? A própria idéia de diversidade cultural acoberta realidades e posições contraditórias. Eixo crítico da nova ordem mundial, ela está no princípio de uma cada vez mais necessária democracia mundial. Mas também pode ser transformada em caução do novo modo de gestão do mercado global. Qual é a ligação entre exceção e diversidade cultural? Por que a União Européia, por exemplo, foi levada a trocar a primeira pela segunda? Trata-se apenas de garantir a cada grupo cultural a possibilidade de produzir suas próprias imagens ou de ir além disso e legitimar uma nova filosofia geral, que subtraia os bens comuns da humanidade ao jugo da lei da livre troca?