DO ESTADO DE EXCEÇAO AO IMPERIALISMO

Este texto procura explorar algumas abordagens teóricas e conceituais elaboradas por Carl Schmitt (1888-1985), particularmente ao longo do período histórico da República alemã de Weimar (1919-1933), sustentando que diversos elementos que compõem o universo do pensamento jurídico e político deste autor cumprem um papel instrumental estratégico específico, isto é, servem de baliza de contenção direcionando todo seu encadeamento lógico e analítico a um destino derradeiro e mais relevante: a afirmação de um Estado nacional capitalista de matriz imperialista. Não se trata propriamente de uma teoria do imperialismo, mas de movimentos estratégico-teóricos que, ao serem apresentados em momentos distintos da obra schmittiana, terminam por pavimentar um caminho em direção a essa situação política. O texto fez parte da apresentação que o autor realizou sobre o tema A Revolução Russa e a Intelectualidade Europeia, compartilhando a exposição com os professores Paulo Arantes e Michael Löwy, no âmbito do Simpósio Internacional “1917-2017 Centenário da Revolução Russa: 100 anos que abalaram o mundo”, organizado pelo Departamento de História (FFLCH) da Universidade de São Paulo .