A década perdida é a mãe dos sobreviventes
São Paulo, os anos 80.
Aqui a “década perdida” é palco de todas as perversões possíveis, e todos aqueles que continuam a sustentar seus vícios noite após noite sentem-se como sobreviventes. Cocaína, diversão, ódio, afetos, tudo pode acontecer nos inferninhos do centro
da cidade.
No início da sua vida adulta, Eduardo Conde vê tudo sair do controle após se envolver com as drogas e o crime – e toda sorte de pessoas que esses dois elementos trazem consigo. Ele é um homem introspectivo e apático que possui algumas fixações: a obsessão pelos ossos humanos e a ideia de que qualquer pessoa pode cometer um assassinato apenas desejando a morte do outro – até mesmo dos entes queridos – sem sujar as próprias mãos.
À beira do precipício e sob os efeitos colaterais de uma vida regada a excessos, o anti-herói desta fábula perversa vai se encontrar com seus fantasmas, sem esperanças de chegar a um bom destino.
Júlio Menezes compõe em “Do osso ao pó” um relato da cena underground de uma grande cidade, na melhor tradição de autores como Charles Bukowski e Pedro Juan Gutierrez. O leitor entra de cabeça no clima paranoico de suspense, crime, sexo e violência, sem chance de retorno.