Do sentimento trágico da vida é uma sinuosa viagem pelas mais fundamentais angústias do Homem? não o abstrato, o espírito metafísico, mas o Homem de carne e osso, que nasce, sofre e morre, e tem de lidar com a consciência de seu fim. Abordando de Santo Agostinho a Nietzsche, Unamuno toma liberdades depoeta para elaborar um pensamento sem perfeição lógica ou sistêmica, mas intencionalmente contraditório.São reflexões de um ser dividido entre o que vive? a Fé, a crença na eternidade?, e o que pensa? a Razão, que tudo destrói?, sem que um passe sem o outro: é o sentimento trágico, grande dilema da humanidade. Assim Unamuno acessa toda a falta de sentido moderna, fatal ao nosso mundo e principalmente à Espanha do começo do século XX?arrasada pelas guerras e golpes que culminariam no fascismo de Franco, e melancólica com a insignificância do seu presente, comparada à glória dos tempos da Monarquia.MIGUEL DE UNAMUNO (Bilbao, 1864?Salamanca, 1936), filósofo e escritor, estudou letras e filosofia na Universidade de Madrid. Escreveu tanto narrativas com registro autobiográfico, como Paz en la guerra (1895), quanto poesia (Poesías, 1907), teatro (La esfinge, 1898) e filosofia, em cujos ensaios trata de questões socialmente relevantes, principalmente a da própria situação da Espanha, como em Vida de Don Quijote y Sancho (1914).JOHN LIONEL O KUINGHTTONS RODRÍGUEZ é escritor chileno, professor e tradutor de espanhol. Publicou La Blanca Señora de mi Barrio (Saraiva, 2000), Antología Crítica de la Literatura Hispano-Americana e La Acentuación (Letraviva, 2005). Traduziu ainda, para o espanhol, diversas obras de Rubem Fonseca, como Romance negro e O seminarista.