O livro se refere a um veneno alucinógeno à base de papoula que transforma o ato de morrer numa intrigante viagem imaginária. Na obra, tal veneno será usado por um assassino serial para realizar dezenas de eutanásias. A insistência nesse crime obriga o leitor a refletir sobre o problema, tão incisivo, da extensão da vida com ou sem autorização da pessoa. O autor utiliza a estrutura do romance policial para desenvolver alguns temas que afligem a sociedade - a questão religiosa e suas dúvidas, a sexualidade por amor ou por desejo e os supostos direitos sobre a própria vida. Descobrir o inspirador das eutanásias é tarefa do delegado Thales Duran, o protagonista, na qual será auxiliado pela ex-namorada, Gardênia, jornalista mas também psicóloga da área criminal. Esta, nos últimos anos, viveu na Índia como discípula do famoso guru Osho. A presença de Osho e sua filosofia se dá através da lembrança da jornalista, que, muito próxima de seu mestre, se inspirara em suas palavras para pensar sua própria existência. Interessado em aprofundar o viés psicológico de seus personagens, o autor narra a protagonista diante de um penoso processo de desilusão religiosa. Enquanto crê amadurecer - o que o leitor pode colocar em dúvida - Gardênia retoma aos poucos sua antiga e avassaladora relação amorosa com Thales, provocando um movimento criador bem interessante entre as técnica do policial, várias denúncias sociais e momentos eróticos.