Esta obra teve como objetivo analisar e compreender os elementos que constituem as representações sociais de professores universitários sobre o doping intelectual. Trata-se de um tema atual, relacionado às condutas de quem busca o aprimoramento artificial de suas funções cognitivas. Participaram deste estudo 207 professores universitários, que responderam a um questionário sobre dados sociodemográficos e sobre o doping intelectual. Os dados foram analisados de acordo com a Teoria das Representações Sociais, investigando-se a formação e o funcionamento das referências que utilizamos para interpretar e compreender os fenômenos sociais do nosso cotidiano. Os resultados revelaram que o tema ainda é pouco conhecido pelo nosso público-alvo. Apesar de reconhecerem se tratar de uma prática que vai ser cada vez mais utilizada, os participantes não a consideram eficaz para quem quer se destacar na escola e/ou no mercado de trabalho. Os participantes também estão cientes dos riscos da automedicação relacionados a essa prática, sendo o principal deles a dependência física ou psíquica. A maioria acredita que as famílias apelam para o doping intelectual por várias razões, dentre as quais destacamos a preocupação em atender às expectativas sociais, o medo de ver os filhos fracassados socialmente e também por não saberem educar os filhos. Concluímos com esta pesquisa que há um campo fértil para a promoção da saúde no ambiente universitário. Mas para isso é preciso intensificarmos o debate sobre as implicações educacionais, éticas e políticas que o fenômeno do doping intelectual suscita, na forma como é praticado hoje.