Em 1953, Watson, Crick e Wilkins descobrem a estrutura em dupla hélice do ADN, que lhes valerá, quase dez anos mais tarde, o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia. Considerada pelos cientistas actuais a mais significativa desde a de Mendel, a descoberta da estrutura do ADN - molécula que contém o código da hereditariedade - veio revolucionar o desenvolvimento da biologia molecular e permitir à ciência o conhecimento das transmissões genéticas e da organização das formas de vida de geração para geração. 'A Dupla Hélice' não é apenas o retrato dessa descoberta maravilhosa. James D. Watson, seguramente com o mesmo entusiasmo com que levou a cabo inúmeros modelos hipotéticos à procura da verdadeira estrutura, vai ainda mais longe nesta sua obra, contando--nos como a troca de ideias entre três cientistas, os seus temperamentos diferentes e as circunstâncias verificadas foram factores especialmente fortuitos na elaboração do resultado, que, como Watson disse, era demasiado belo para não ser verdade: a dupla hélice. Nesta obra invulgar, onde se descortina a convicção de que a ciência é suficientemente importante para sobre ela se falar abertamente, relata-se pela primeira vez o processo de criação científica tal como foi vivido pelo investigador, o que torna este livro, agora entre nós, um dos grandes clássicos da literatura científica.