Dez pessoas são convidadas pelo misterioso Mr. Owen para uma visita à ilha do Soldado, uma antiga propriedade de um milionário norte-americano. Nenhum dos presentes se conhece, nem tem certeza de por que estão ali, mas logo na primeira noite são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes do passado.
Com essa atmosfera, a autora abre inúmeras possibilidades. Todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados. É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam. Isolados do continente por uma tempestade, os convidados que esperavam uma estadia agradável se veem num pesadelo.
Agatha Cristhie expõe as facetas psicológicas dos personagens com maestria. A angústia, o medo e o confinamento provocam o descontrole. Os supostos crimes cometidos vêm à tona, e ao longo do livro vão elucidando os motivos que unem personagens tão díspares. Culpados ou inocentes? Algozes ou vítimas? Nesse jogo de gato e rato identificar o assassino não é tarefa fácil e o leitor vai aventando possibilidades e mergulhando nesta trama onde culpa, arrependimento e loucura vão se confundindo.
Lançado em 1939, E não sobrou nenhum quebrou as regras vigentes até então para o gênero policial e investigativo, porque em sua narrativa nenhum detetive soluciona o mistério.