Uma decisão económica racional será sempre razoável? Para o pensamento económico liberal, que sempre modela mais profundamente as nossas sociedades, a resposta não tem dúvida alguma e é, evidentemente, positiva. Portanto, é fácil constatar que é precisamente sobre a base de argumentos racionais que são tomadas decisões que afectam, negativamente, ao mesmo tempo, o homem - através do desemprego, da exclusão ou de más condições de trabalho - e a natureza - com poluições acidentais ou contínuas e pelo esgotamento dos recursos. Então como chegámos a esta confusão que nos faz qualificar de racionais acções destruidoras de homens e ecossistemas da própria actividade económica? O objectivo desta obra é o de tentar responder a esta questão e de apresentar um quadro de análise susceptível de nos fazer sair desta particular forma de barbárie. Ou seja, o objectivo é propor uma reflexão sobre o sentido da produção de riqueza. Para isso, foi levada a efeito uma análise das origens da racionalidadeeconómica moderna que permita compreender como emergiu e se impôs a "tecno-economia" contemporânea e quais são as causas profundas das colagens que presentemente a afectam. De facto, a eficácia económica e a lógica do ser vivo só podem estar harmonizadas num quadro teórico novo: a bio-economia. Esta abordagem, fundamentada no pensamento dos sistemas complexos, propõe uma racionalidade económica alargada que, integrando os modos de reprodução das esferas social e natural, se confunde com o razoável. Um determinado número de proposições pode então ser avançado tanto no domínio do emprego como no do ambiente.