A partir da segunda metade do século XX, a formação de um novo tipo de cientista e/ou profissional – o psicólogo – passou a ser lugar comum nos mais diversos países, de maneira que a existência e a autonomia institucional da psicologia constituem hoje um fato objetivo e generalizado da sociedade ocidental. No entanto, os fundamentos teórico-conceituais da psicologia como ciência e como profissão têm estado ausentes de muitas discussões importantes sobre o estado contemporâneo dessa ciência e também da própria formação do psicólogo em geral. Os “ecos do passado” que dão título a este livro se referem justamente aos problemas fundamentais que a psicologia vem enfrentando desde o início para se constituir como campo autônomo de pesquisas, e que, apesar do seu sucesso institucional e de sua inserção social, continuam presentes nas práticas de investigação e atuação profissional do psicólogo. Os capítulos que compõem a obra ilustram de diferentes maneiras a área de estudos chamada de História e Filosofia da Psicologia, com o objetivo de explicitar e trazer para o debate alguns desses ecos do passado, a partir de estudos sobre figuras e ideias importantes para a psicologia. A tentativa é sempre a de ilustrar os laços que ligam a psicologia contemporânea à sua própria história, colocando no centro das discussões algumas questões teórico-conceituais fundamentais. Essa investigação auxilia a reflexão filosófica e a amplia a consciência do psicólogo sobre o seu próprio trabalho, expandindo os horizontes da psicologia contemporânea e, consequentemente, os da nossa compreensão.