O LIVRO Édipo Rei, de Sófocles, é uma das obras-primas da literatura universal. Daí o interesse que sempre despertou no mundo ocidental, desde que foi representada pela primeira vez, em Atenas, no ano 430 da era cristã. A famosa lenda do rei Édipo, genialmente trabalhada pela mão de Sófocles, ainda hoje é lida com emoção. Édipo Rei é a história do herói que luta contra as forças invisíveis do Destino e da Fatalidade, mas é por elas derrotado e inexoravelmente destruído. Sófocles conduz a ação dramática e entrelaça os acontecimentos com admirável maestria. Os fatos se desenrolam naturalmente, linearmente, e mantêm o leitor, ou o espectador, em crescente expectativa até o desenlace. A obra contém diálogos vigorosos, vibrantes, e em alguns deles lampejam ironias e explodem cóleras. Espelham com nitidez os sentimentos e o caráter dos personagens. O Coro, por exemplo, representa a voz do povo, que manifesta suas impressões a propósito dos acontecimentos, faz reflexões de caráter moral, aconselha, exprime suas apreensões, invoca o auxílio dos deuses, exalta os feitos de Édipo e lamenta as desgraças que se abatem sobre o rei amigo, vítima da Fatalidade. O TRADUTOR Domingos Paschoal Cegalla nasceu em 1920 e formou-se em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná. Lecionou Língua Portuguesa, Literatura e Latim em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, onde reside desde 1953. É autor de diversas obras didáticas, entre as quais Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Como poeta publicou Canção de Eurídice e Um Brado no Deserto, e, como tradutor, traduziu diretamente do grego Édipo Rei, Antígona e Electra.