Este livro debate a educação do campo. Revela as contradições existentes no rural brasileiro com suas intensas transformações e a história das lutas e da organização coletiva dos sujeitos do campo em busca do acesso ao conhecimento e à escolarização, como parte da estratégia de resistência à exploração do capital. Na última década, os movimentos sociais impuseram a educação do campo na agenda pública, mas os aparelhos do Estado deturparam a razão desta bandeira, que nasceu comprometida com a mudança das condições de vida das populações rurais. Os movimentos sociais organizados vêm exigindo soluções para os problemas e profundas alterações devido aos conflitos econômicos e sociais no uso da terra. Embates estes resultantes dos interesses doagronegócio, do hidronegócio, da ausência do Estado na garantia dos direitos sociais dos sem-terras, das lutas dos atingidos pelas construções de barragens, da penosa vida errante dos safristas, das incertezas dos jovens integrados, da luta das mulheres pelo acesso aos recursos naturais, dos desafios da construção de uma escola do campo comprometida com uma outra matriz tecnológica, baseada na agroecologia e na sustentabilidade. Portanto, um livro que oferece uma visão abrangente das distintas dimensões das transformações do campo e contribui para a reflexão sobre questões fundamentais da sociedade brasileira.