O campo da Educação Física nunca esteve apartado de discursos sociais. A centralidade no corpo reitera e provoca questões que estão relacionadas com políticas e finalidades educacionais em disputa. A disciplinarização dos corpos na escola do início do século XX no Brasil, por exemplo, emerge na articulação exército/militarismo e higienismo/medicina, produzida no conjunto de outros discursos amparados pelo desejo de modernidade, segundo os padrões eurocêntricos. Houve mudanças de significações no que concerne à prática da Educação Física no âmbito escolar, porém a relação componente curricular e sociedade permanece em meio a disputas por hegemonia. Ao rejeitarmos a disciplinarização dos corpos e reafirmarmos que as questões sociais, políticas e culturais perpassam o universo escolar e o componente curricular, no qual o corpo se evidencia, esta obra torna-se quase um manifesto à diferença, compreendida como um direito, como mobilizadora de lutas e debates que, postos à explicitação, oferece a possibilidade do político e do diálogo. Assim, entendemos como relevante considerar os atravessamentos da escolarização, currículo, formação docente, didática, entre outros, como um direito. Ao dialogarmos com referenciais distintos, diferença tanto pode se articular em alguns dos nossos textos de forma intercambiável com diversidade como pode assumir uma distinção em relação ao termo. Convidamos os/as leitores/as à reflexão e ao debate a partir das questões enunciadas nesta obra, que está dividida em três áreas temáticas: Educação Física, corpo e diferença; Educação Física e formação de professores; e Educação Física, escola e cultura.