A questão da desigualdade no acesso ao ensino superior público no Brasil e a criação de políticas públicas no campo da educação são o tema central desta obra, que se divide em quatro partes. A primeira é um ensaio sobre as principais questões relacionadas a raça e educação, com base em debates atuais realizados na sociedade e na academia brasileiras. A segunda trata do acesso à universidade e mostra que, além da aprovação no vestibular, o próprio processo de escolha da carreira se relaciona com elementos socioeconômicos mais gerais, como cor ou raça autodeclarada. Ainda neste capítulo, os autores explicam como estes elementos – cor e raça – ganham vulto durante o processo. A terceira parte é dedicada à discussão do problema da permanência dos estudantes na universidade, levando em consideração as políticas de cotas adotadas nos últimos anos e a facilitação da entrada de alunos oriundos de camadas mais pobres da população, tendo em vista a criação de cursos noturnos e a diminuição da evasão mediante o retorno da assistência estudantil. A última parte é voltada para o problema da classificação racial no Brasil, tendo em vista a aceitação ou a rejeição da política de cotas por parte de indivíduos que concluíram o ensino médio ou que já são universitários.