A Grande Mãe foi sempre uma figura contraditória, ao mesmo tempo protectora, benigna e terrível. Adorada como mãe, rara-mente aparecia com uma criança. Apesar de em algumas manifestações simbolizar a fertilidade, a sua ligação divina mais próxima era um jovem castrado. Aparece primeiramente no início do I milénio a. C. na Frígia, parte da actual Turquia, mas o seu culto atravessou séculos e continentes, abrangendo todo o mundo grego e romano. Atingiu o auge na Roma imperial, onde Catulo, Virgílio e muitos outros poetas e filósofos reflectem o seu forte impacte na sociedade antiga. Alguns consideraram-na temível e aterrorizadora, enquanto outros a aclamavam como salvadora e libertadora. Este livro é a primeira reunião e análise de todos os vestígios existentes relativos ao culto desta deusa, chamada Matar Kubileya, na Frígia, Kybele, na Grécia antiga, e Magna Mater (a Grande Mãe), em Roma. Lynn E. Roller apresenta e examina dados literários, historiográficos e arqueológicos que vão desde os registos pré-históricos até aos primeiros séculos do Império Romano. Roller tem conseguido dar uma descrição surpreendentemente pormenorizada do crescimento, da difusão e da evolução do culto da Mãe, dos rituais e do seu significado para os respectivos adeptos. Para além disso, retratou cuidadosamente os cenários do culto da Grande Mãe nos diversos locais culturais na Frígia, na Grécia, em Roma e no mundo romano. Este livro interessará a classicistas, historiadores de religião e de ecologia religiosa e a todos os que alguma vez se sentiram impelidos pela curiosidade acerca da deusa Grande Mãe do antigo mundo mediterrânico.