EMARANHADOS

Corporificando a incerteza e a plenitude dos afetos, a voz poética de Natália Cristina Aniceto apresenta reflexividade e sensibilidade notáveis que se deixam levar pelos emaranhados compreensivos mas também misteriosos das ações humanas: “esparramada sobre mim/cutuco ideias/desato nós/curo feridas/gasto solidões/e no meu deserto/rio”. Ao entrar neste curta-livro, ora ficamos sem ar: “o amor acontece/dentroefora/que nem vento/ensaiando vendaval/no aperto do peito/gotas de assovio”. Ora ficamos de peito aberto: “a noite de ontem/caiu sobre mim/com céu e tudo/abismei”. Este livro não teme os extremos, pois é feito de ternura do início ao fim.