— Quando eu adquiri essa coisa, me senti o homem mais sortudo do mundo. Meu antigo mestre, Elion, havia me ensinado que era uma relíquia inestimável, o tesouro mais cobiçado dentre todos. Eu queria estudá-lo e conhecer seus poderes. Mestre Elion dizia que qualquer pergunta que alguém fizesse a ele, a coisa responderia em absoluto e é exatamente isso que todos nós achávamos que ele fazia. Conhecimento profundo. Todavia, esse objeto é um artefato impregnado de magia das trevas! — Apontava para o artefato com ira. Depois de anos sem se verem, Melion, um feiticeiro que se recusa a usar magia, convida seus velhos amigos para lhe fazerem companhia na noite de véspera de natal. Ao se reencontrem, eles compartilham suas histórias, ideais, filosofias e, ainda, discutem sobre os últimos acontecimentos em Terces (país dominado pela guarda cinzenta). Nesse encontro, os amigos celebram, brigam, se emocionam e riem muito, além de se sentirem atraídos por um estranho objeto postado noutro lado da sala. Encontro de Natal é uma obra inspirada num dos períodos mais intensos da história brasileira e em algumas canções populares dos anos 60, 70 e 80, como: Pra não Dizer que não Falei das Flores (Geraldo Vandré, 1968); Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1978); O Bêbado e a Equilibrista (Aldir Blanc e João Bosco, 1979); Ciranda da Bailarina (Chico Buarque e Edu Lobo, 1983); e Velha Roupa Colorida (Antonio Carlos Belchior). Além de empregar os conceitos de ética segundo as filosofias propostas por Hannah Arendt e Emmanuel Levinas.