Diferentes ensaios e teses acadêmicas buscaram demonstrar o funcionamento do sistema político monárquico com base na análise da atuação das elites agro-exportadoras e dos agentes do governo central. Este livro percorre um caminho diferente. Como uma elite politicamente periférica e com uma economia voltada basicamente para o mercado interno agiu para aproximar-se do mundo da Corte, participar do seu governo e dele obter favores e vantagens? Entre 1868 e 1889, período principal desta análise, 34 homens ocuparam os cargos de deputado geral, senador, ministro e conselheiro de Estado pelo Rio Grande do Sul. Pouco se sabe sobre eles, de como conquistaram estes altos postos de comando, do que definia o sucesso e o fracasso neste custoso empreendimento e o que os diferenciava e assemelhava às outras elites políticas do Império. Membros de ricas e nobilitadas famílias rio-grandenses, eram a elas que os mesmos deviam o seu sucesso na política. O esforço em construir as suas trajetórias e redes de relações e a tentativa de compreender o seu comportamento social nos ajudou a relativizar muitas das interpretações clássicas sobre o “sistema político imperial” – este gigante aparentemente tão conhecido por fora, mas pouco observado por dentro.