Estudo e escrevo sobre violência há muitos anos. Criei o Comitê de Defesa da Criança quando Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, coordenei a Comissão Criança e Constituinte, em Brasília, participei da elaboração do Estatuto da Criança e Adolescente, fui membro do CONANDA durante dois anos, participei de inúmeras reuniões sobre o tema, onde estavam presentes desde ministros a pessoas do povo, tentei convencer Governadores, Ministros de Estado, autoridades, e mesmo profissionais que se dedicavam ao tema, de que as políticas públicas para diminuir os episódios de violência estavam equivocadas, ou erradas. Medidas repressivas, embora até justificáveis eram paliativas. Quantas vezes profetizei que os vários planos de combate à violência não iriam resultar em nada? E após as UPAS, o que vem acontecendo no Rio de Janeiro? E, em 1917, o que aconteceu no Rio, Natal, Recife, Vitória, Manaus, Belém, Florianópolis? Precisaram chamar o Exército. O uso do soldados do Exército nos lembra guerra. Curiosamente, e tristemente, após cada plano os episódios de violência aumentaram. Infelizmente, consegui sensibilizar poucas pessoas e nenhuma autoridade. Triste e deprimido com noticias diárias de violências, descritas nas manchetes dos jornais e vistas pela televisão. Sentindo-me impotente para mudar esse quadro, venho tentando conseguir todos os espaços possíveis para divulgar minhas ideias e dar minha pequena contribuição para a diminuição de um dos problemas que mais nos aflige. Tal qual aquele colibri que queria apagar um incêndio na floresta, levando a água no bico, estou fazendo a minha parte, ou seja, escrevendo mais um livro. o Antonio Marcio Junqueira Lisboa