O livro tem como tema a metáfora gramsciana do homem moderno na figura de Leonardo da Vinci. As indagações e sobre a realidade social e cultural do Renascimento, motivadas por uma carta que, na sua aparente divagação, reflete sobre as raízes da sociedade moderna e as condições sociais e culturais para a formação humana, abre a senda para a refletir sobre a dimensão política da educação. Gramsci não foi um pedagogo, mas um político que, ao acentuar a dimensão cultural da política, explicitou uma pedagogia da emancipação humana para a construção de uma nova ordem social e política. A noção gramsciana de política amplia a noção implícita nos escritos de Marx e enraíza-se na tradição política moderna, na qual o poder se consolida como relação de domínio do homem sobre o homem e do homem sobre a natureza, cujo mecanismo principal é a força como condicionadora e formadora de comportamentos. Sem esquecer que se trata de uma metáfora que visa a discutir as condições de luta política e cultural em um momento revolucionário, o tema serve de motivo para indagar sobre a necessidade de renovação estrutural da escola pública brasileira e a importância de enfrentar o problema da escola no contexto amplo da educação e da compreensão das contradições da sociedade capitalista, para elaborar novas estratégias de construção de uma nova ordem social e política.