Falar de Adewal Norte é falar da vida! Sua vertente poética inspiradora e encantadora, convida-nos a viajar através do tempo, em meio a prosa e versos, cheiros e temperos, emoções e sensações. O homem que se veste de menino e reflete, em sua obra inicial, toda a pureza de experiências vividas, sentimentos profundos ou devaneios juvenis, em uma narrativa real e altruísta: “Penso e quero saber, o que é real, lutar pelo meu ideal...”. Apesar de polivalente, não abandonou o seu lado mais belo e fértil como compositor e arranjador, músico multi-instrumentista, escritor, poeta e até mesmo como um excelente contador de contos e causos, quer seja em roda de amigos, passando da comédia ao drama, sempre aliado ao seu inexorável bom humor, como um genuíno artista na literalidade do ofício. “O poeta nunca deixa de sonhar, nunca deixa de viver, vive pensando no passado como se fosse o presente...”. Sem dúvida que essa mistura do sangue nordestino, herança patriarcal do grande maestro e arranjador pernambucano Antônio Ferreira do Norte e da bela cachopa descendente de portugueses D. Neuza Peres Gonçalves, aliado a uma infância feliz junto a seus irmãos, traquinos, vividos nas vielas e ruas antigas da Cidade de Manaus, tenha sido o barro que lhe moldou, e em sua astúcia, despertou sua apreciação e reflexão para o cotidiano, para o belo, para o amor e a vida, cujo título não poderia ser mais oportuno. Espelho da Vida é mais que um livro. Nos faz embarcar num filme protagonizado pelo próprio roteirista, sendo ele o ator principal de enredos vividos que nos presenteia, para nosso deleite, inaugurando uma série de obras que virão, que nos surpreende, emociona e faz sonhar junto com o escritor que nasce, afinal. “O poeta não é louco, o poeta somente ama, chora... Sonha, busca viver simplesmente”.
Viva o poeta! Parabéns ao leitor!
Cinara Nery (cantora, advogada)