Minha sacola

    ESPELHOS GÊMEOS

    Favoritar
    Ref:
    747915

    Por: R$ 59,00

    Preço a vista: R$ 59,00

    Comprar

    Calcule o frete:

    Para envios internacionais, simule o frete no carrinho de compras.

    Calcule o valor do frete e prazo de entrega para a sua região

    Editora
    ISBN
    Páginas
    Idioma
    Peso
    Acabamento

    Sinopse

    Em um remoto 1980, no posfácio de Os faróis invisíveis, quinto livro de poemas de Péricles Prade, eu citava estes versos: “O vício é medula / de suposto sabor / A ele me devoto / [...] resistindo sempre”. Poderiam ser epígrafe de Espelhos gêmeos. Comentava: “O vício é também per-versão e in-versão, o contrário do previsível, o solapamento do ‘natural’, do estabelecido e da sequência lógica do discurso”, a propósito de poemas “povoados de paradoxos, descrições de aberrações, variando desde a perversão manifesta até agressões mais sutis contra aquilo que seria a ordem ‘natural’ das coisas”.

    Citava Roland Barthes, em Par lui même: “A Lei, a Doxa, a Ciência não querem compreender que a perversão, muito simplesmente, torna feliz; ou então, mais precisamente, produz um mais: torno-me mais sensível, mais perceptivo, mais loquaz, distraio-me mais etc., e neste mais vem situar-se a diferença (e a partir daí o Texto da vida, a vida como texto)”. E Severo Sarduy, em Escrito sobre um corpo, sobre a “transgressão do pensamento”: “A única coisa que a burguesia não suporta, o que a ‘tira dos eixos’, é a ideia de que o pensamento possa pensar sobre o pensamento, de que a linguagem possa falar da linguagem, de que um autor não escreva sobre algo, mas escreva algo”.

    A evidente atualidade desses comentários atesta a consistência dos dezoito títulos de poesia já publicados por Péricles Prade, mais alguns inéditos e aqueles de narrativas em prosa. Mostram a unidade na diversidade. É inconfundível, mesmo alternando o poema curto, o epigrama, rigorosas disposições gráficas e formas fixas, prosas poéticas e narrativas. E, na produção recente, obras temáticas: a erótica; impressões de viagem; mitos e seus símbolos; as disciplinas e os campos do hermetismo e ocultismo. A intensidade lírica e a expressão do maravilhamento harmonizam-se com a ironia e a sátira. Seus temas e tratamentos interagem e se confundem.

    Principalmente, é um poeta da palavra, da leitura, da própria poesia; autor de uma grande paráfrase desta indagação vertiginosa apresentada por Octavio Paz (no ensaio Claude Lévi-Strauss ou o novo festim de Esopo): “se a linguagem – e com ela a sociedade inteira: ritos, arte, economia, religião – é um sistema de signos, que significam os signos?”. Enfrentar essa questão, disse ainda o poeta e ensaísta mexicano, é abrir as portas para o “demônio da analogia” (é o título de uma prosa poética de Mallarmé).

    Possuído pelo mesmo demônio, Prade nos traz o inventário de transgressões e perversões deste novo livro, mostrando sua dimensão poética e filosófica. Apenas complementando o substancioso posfácio de Álvaro Cardoso Gomes neste volume, observo que o título, Espelhos gêmeos, é revelador.

    O que acontece quando espelhos são postos um diante do outro? Enxerga-se o infinito, pelo desdobramento da mesma imagem. Não se sabe mais o que é objeto refletido ou reflexo, representação e coisa representada. Daí a proposital confusão de símbolos e significados, palavras e coisas. O que pode parecer irrealidade delirante também é literalidade, tomando expressões ao pé da letra, pelo sentido concreto, como aquilo que designa ou simboliza. Por exemplo, nesta frase: “Sua extensa obra, por ser erótica, depois de pronta, é encapada com camisinhas de Vênus, importadas, dizem as boas línguas, diretamente do planeta que lhes dá o nome”. E no “Diário de um sapato acima de qualquer suspeita”, com a evidente troca de lugar do sentido manifesto e latente ou do signo e significado: o objeto é um fetiche; portanto, atua como tal. Através das substituições que vão se multiplicando ao infinito, realiza a poética tão claramente exposta por um de seus personagens: “O que me agrada é o fluxo da imaginação pura, o crime pensado, organizado e executado na mente”.


    Claudio Willer

    Ficha Técnica

    Especificações

    ISBN9788573214635
    SubtítuloPEQUENO TRATADO DAS PERVERSÕES
    Pré vendaNão
    Biografia do autorPéricles Luiz Medeiros Prade (Rio dos Cedros, 7 de maio de 1942 – Balneário Camboriú, 16 de maio de 2024) foi um escritor, advogado e jornalista brasileiro.
    Peso157g
    Autor para link
    Livro disponível - pronta entregaSim
    Dimensões22.5 x 13.5 x 1
    IdiomaPortuguês
    Tipo itemLivro Nacional
    Número de páginas96
    Número da edição1ª EDIÇÃO - 2015
    Código Interno747915
    Código de barras9788573214635
    AcabamentoBROCHURA
    AutorPRADE, PERICLES
    EditoraILUMINURAS
    Sob encomendaNão

    Conheça outros títulos da coleção

      Este livro é vendido

      SOB ENCOMENDA

      Prazo estimado para disponibilidade em estoque: dias úteis

      (Sujeito aos estoques de nossos fornecedores)

      +

      Prazo do frete selecionado.

      (Veja o prazo total na sacola de compras)

      Comprar