Com textos curtos e ágeis, há espaço aqui para um debate entre Arte, Matemática, Filosofia, Espaço, Tempo e Homens a respeito da autonomia de cada um deles; para a discussão entre um delegado e uma jovem que presta queixa do desaparecimento de seu braço, enquanto o mundo está um caos; para uma artista em crise de criatividade; para a exibição de certa pseudointelectualidade; para personagens presas dentro de um poema de Mallarmé; para uma festa de dissipação dionisíaca com a presença de deusas gregas; para uma vida atormentada pelo diabo; e, por fim, para um monólogo em que se fala sobre um inusitado encontro entre o físico Max Planck e o escritor romântico Novalis. Numa síntese surpreendente, Marcio Aquiles põe em diálogo a tradição literária, o conhecimento científico, os conflitos cotidianos e a angústia da existência. Mas não pense o leitor que, por sua densidade filosófica, os textos são enfadonhos. O gosto pela ironia fina, a construção de diálogos hilários e os desfechos inusitados conferem um sabor especial à leitura. E, como diz Ivam Cabral em seu prefácio a esta obra, "sua singularidade artística, atravessando tantas áreas do conhecimento e da arte, desponta como um poderoso agente visionário do nosso teatro".