A estreia em livro deu-se quando o poeta contava 26 anos, já encontrara a mulher que o acompanharia até o final da vida e acabara de perder o pai — fatos que muito marcadamente aparecem nesses primeiros poemas de nítida influência do Drummond modernista de Alguma poesia. Em 1952, quando O Estranho veio a lume, Max já publicara entretanto em jornais e circulava entre nomes que viriam a formar a mais brilhante geração de intelectuais e artistas paraenses. Numa entrevista concedida a Elias Ribeiro Pinto em 1990, ele recordaria desses primeiros tempos: “Pertenço a uma geração que publicou no suplemento literário da Folha do Norte, do Haroldo Maranhão, no suplemento de A Província do Pará, que era dirigido, naquela época, pelo Mário Faustino. À geração que publicou as revistas Encontro — de que só saiu um número, editado pelo Haroldo Maranhão, Mário Faustino e Benedito Nunes — e Norte, editada por mim, Bené e Orlando Costa. Havia também encontros dos quais participavam Ruy Barata, Francisco Paulo Mendes, Paulo Plínio Abreu, Cauby Cruz, Alonso Rocha, Jurandir Bezerra…”. O Estranho ganha agora segunda edição, 63 anos após a sua estreia, integrando a coleção Max Martins, poesia completa, planejada em onze volumes, com organização de Age de Carvalho e publicada pela ed.ufpa (Editora da Universidade Federal do Pará)..