Se, anteriormente, era habitual considerar que o meio agrícola podia levar uma vida à parte, longe das grandes turbulências do mundo, doravante tal opinião já não é sustentável. Não só a agricultura foi anexada pela sociedade como concentra ainda emsi todas as dificuldades actuais. Será talvez por essa razão que constitui, precisamente, o melhor laboratório de todas as nossas experiências involuntárias. O desprestígio do produto e o reino do imaterial, a deserção do trabalho, as novas modalidades de partilha social, a promoção de novas missões de interesse público em busca das suas próprias regras, tudo isso necessita de novos pilares que sirvam de esteio à nossa sociedade. A Europa questiona--se: a dos estados, das nações, dos políticos,dos media, dos comerciantes, das multinacionais e dos construtores de impérios. Todos a encaram à sua maneira e estão prontos a bater-se para fazer triunfar o seu ponto de vista. O mundo globaliza-se e transforma--se; já não corresponde à imagem quedele se tinha no GATT. Como será ele regulado? Chegará sequer a sê-lo? Novos parceiros a Leste entram na dança. A Ásia neoconfuciana apresta-se para assumir a liderança do mundo económico. O século XXI pouco terá a ver com os anteriores, dominados pelo pensamento e pela técnica ocidentais, o que o torna ainda mais imprevisível e ameaçador. Foi para tentar responder a todas estas interrogações, plenas de incertezas, que a presente obra foi escrita.