Em "Estruturas Intelectuais: Ensaio Sobre a Organização Sistemática dos Conceitos", Robert Blanché expõe a teoria do hexágono lógico, que é uma generalização do quadrado de Apuleio. Explorando as múltiplas composições triádicas das quais esse hexágono é suscetível, ele o aplica com sucesso à lógica modal de Aristóteles e esboça, assim, uma conciliação com as novas propostas. Alinhado ao pensamento anglo-saxão contemporâneo, que encontrou nele um de seus porta-vozes, levou à frente os seus pressupostos em contribuições significativas.Ao lado de outros autores que promoveram lógicas alternativas com o intento de dar maior abrangência e substituir vantajosamente as tradicionais, o filósofo, e um dos principais expoentes da lógica matemática na França, desenvolve a sua nova proposta, ao mesmo tempo que levanta criticamente questões fundamentais acerca de seu estatuto:Não seriam essas propostas senão outras tantas aberrações em relação à lógica absoluta e universal? Marcaria seu aparecimento uma flexibilização e um enriquecimento de nosso equipamento intelectual? Estará a razão sujeita à lógica no singular ou teria ela a liberdade de escolher entre várias e de construí-la à sua vontade?Na resposta original que oferece a essas indagações, Robert Blanché propicia o reencontro do pensamento lógico com sua própria fonte e infunde certa unidade ao conjunto, o que, por si, o coloca como referência indispensável no centro das discussões sobre o tema.