Desde seus primórdios até o requintado capitalismo financeiro global que hoje conhecemos, a humanidade experimentou progresso notável. Mas nesse nosso caminhar em direção ao futuro, calcado sobretudo no avanço tecnológico e científico, rompemos com valores do passado e negligenciamos as questões éticas. Globalizados e desiguais como nunca, é imperativo para nossa própria sobrevivência que pensemos num programa de reconstrução ética do mundo: quem somos nós, afinal, e o que faremos com nossa capacidade crescente de interferir na biosfera e na evolução do gênero humano? Em busca de respostas para essas questões decisivas, este estudo revisita o sistema ético do mundo antigo, bem como o nascimento da filosofia e do monoteísmo, responsáveis por sua transformação. Em seguida, dedica-se aos conflitos ideológicos e institucionais que tiveram início no século XVI, examinados à luz do pensamento filosófico de Hobbes, Locke, Rousseau, Hume, Kant, Hegel e Marx, entre outros, não sem contemplar ainda a trajetória de vida de figuras modelares, como São Francisco de Assis e Gandhi. Por fim, o autor busca fixar os princípios e as instituições que deverão nortear a fundação do que chama de "sociedade universal do gênero humano" - uma sociedade em que, aliada à técnica, a ética há de nos indicar o caminho da plenitude da vida e de uma maior igualdade entre os homens.