Eu já morri é o oitavo livro do paraense Edyr Augusto. Em 17 histórias, esse autor mais uma vez retrata com olhar ferino personagens singulares da cidade de Belém. São moradores de rua, figuras humildes, prostitutas, viciados, compondo um caleidoscópio de um submundo descrito em relatos ágeis e diretos, que prendem a atenção do leitor de forma quase magnética.
Edyr Augusto tem uma carreira consolidada como autor de histórias ácidas e cruas, situadas na Amazônia, mas que poderiam se passar em qualquer grande centro urbano. Ler seus livros é sofrer um tratamento de choque: a velocidade brutal aliada à barbárie potencializa ao extremo o realismo presente em cada frase seca e cortante de suas narrativas. O estilo implacável, mordaz e direto é como um soco no estômago: “Meus livros falam sempre sobre pessoas. Pessoas que são atingidas por golpes de violência, pessoas que são atingidas em seu âmago e precisam reagir”, conta o autor em vídeo para a TV Boitempo.
Edyr Augusto tem cinco romances publicados na França: Os éguas, em 2013, Moscow, em 2014, Casa de caba (Nid de vipères), em 2015, Pssica, em 2017, e Belhell, em 2020, este lançado simultaneamente no Brasil. Pssica teve seus direitos comprados pela 02 Filmes e sua transposição para cinema terá direção de Quico Meirelles.