Em seu livro 'Excelência interativa', o fundador da ESI Design, em Nova York, alerta para a necessidade de reflexão sobre as mudanças de paradigmas em nossa sociedade. A excelência de uma obra artística, que costumava ser definida por umas poucas pessoas de um grupo cultural dominante, agora é desenvolvida por uma grande rede de produtores e artistas que passaram a operar a mídia, além de contar com uma platéia gigantesca e heterogênea. Sem um método para avaliar adequadamente um padrão de excelência, a crescente população não tem como desenvolver-se com eficácia, porque qualquer aprendizado só acontece quando as conversações, os ideais e os objetivos possuem uma estrutura compreensível e compartilhada. A democratização do acesso à informação e aos foros de discussão no século XXI cria uma necessidade de comunicar, participar e responsabilizar que é única na história da humanidade. Enfatizando a premissa de que o artista precisa urgentemente reeducar a si mesmo e ao seu público, Schlossberg afirma que o advento de novas tecnologias torna todo mundo responsável pelos processos culturais de comunicação. Por conta da quantidade esmagadora de material disponibilizada, os padrões de verdade agora são percebidos como variáveis. O público tem tanta responsabilidade pela avaliação quanto um apresentador. À medida que nos encaminhamos para uma cultura que possui uma rede não-hierárquica, como a internet, e outra hierárquica, comoa televisão, a audiência acaba assumindo o papel de árbitro de sua própria cultura.