Esta publicação é em boa parte fruto de um trabalho coletivo que transcorreu ao longo dos anos de 2012 e 2014, tendo como eixo aglutinador a tradição da sociologia do trabalho. Cada autor se apropriou, à sua maneira, desse patrimônio intelectual. O título do livro expressa bem a ideia: são exercícios dentro de uma trajetória de pesquisa que se vislumbra auspiciosa na área. Exercícios em torno de um legado, nada mais. Não há nenhuma pretensão teórica ou paradigmática em jogo - embora seja possível perceber um motivo dominante nos relatos de realidades fabris: a organização celular, o fluxo tensionado, a gestão por incitação de metas e o velho operário diante da nova fábrica, além de contribuições com tinturas de história social do trabalho e de globalização. Demais exercícios virão no futuro, certamente, para cada um deles - incluindo o organizador. Mas são exercícios, esses de hoje, de muita propriedade. Vale a pena que os outros – os colegas, o público – conheçam e tenham acesso a eles. Ciência social se faz com prática de pesquisa, com supinos, abdominais e barras do espírito (mas sem anabolizantes), além de graciosos pointes e pliés da ideia (mas sem contorcionismos). Com tentativa e erro. Com caneladas e passes de primeira. Exercícios para tonificar alguma coisa que virá, como aquela inspiração diferenciadora que Weber nos ensina na “Ciência como Vocação”, e que todo o mundo que está no campo almeja.