O presente volume reúne seis ensaios do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), escritos entre 1936 e 1968. Para ele, a arte é um assunto importante. Se o páthos característico do filósofo é o estranhamento e a recusa da sabedoria convencional, então o pensamento não radica o homem na sua época e lugar. Por isso, poesia e pensamento sempre diferirão. A poesia é, no sentido de Heidegger dá a estes termos, fundadora de um lar histórico para os povos - como em Homero e todos os grandes poetas. A poesia de Hölderlin mostra ao homem moderno a sua época e lugar como sendo aqueles do qual os deuses fugiram. Uma poesia que anuncia o retiro dos deuses para uma outra esfera, enquanto os homens permanecem mergulhados na noite da indigência, não parece oferecer grandes perspectivas de uma retomada do papel histórico da arte. As explicações da poesia de Hölderlin são motivadas pela crença que esse papel persiste, mesmo quando dormente, do mesmo modo como a poesia de Hölderlin foi, durante muito tempo, quase secreta. Por um lado, a poesia tem por tarefa anunciar o lançamento do homem moderno na ausência de destino. Por outro, ele canta o vínculo, ainda não completamente partido, que une os deuses, os homens, a terra e o céu.