Crescemos acreditando que se relacionar é algo fluido, intuitivo, naturalmente descomplicado. Qualquer comportamento que saia desse pressuposto já acusa que há algo errado – conosco ou com o outro. O resultado disso é um misto de expectativas irreais com frustração.
A infância confirma essa idealização romântica nos filmes onde princesas estão sempre vivendo situações de perigo à espera de um príncipe invencível que possa salvá-las. Seria muito mais fácil se nos fosse ensinado, desde criança, que não existe príncipe encantado – existem pessoas reais, com bagagens, medos, anseios e, claro, qualidades. Os dragões que cospem fogo não são nada além de nós no ponto alto de nossos próprios traumas.
Não somos indefesas e não há ninguém fora que possa mudar a nossa realidade interna, isso é trabalho de cada um. Só quando aprendemos a encarar a realidade, somos, enfim, livres.
O amor é uma experiência multissensorial. Calor e frio, paciência e raiva, negação e aceitação, importância e irrelevância. Se ele fosse um alimento, certamente teria um sabor agridoce.
Este livro, apesar de ter sido criado pensando nos questionamentos femininos na hora de se relacionar, se destina a todos aqueles que querem, simplesmente, compreender como é possível se relacionar de forma mais independente, forte e inteligente – consigo e, claro, com o outro –, desvendando os mistérios da linguagem a dois.