O mundo pós-Woodstock e o maio de 1968 em Paris, quando o movimento estudantil deflagrou um conflito que viria trazer profundos reflexos não apenas para a sociedade francesa, mas para todo o mundo, encontrava seu contraponto no Brasil. Aqui o Ato Institucional nº 5, fruto do acirramento da ditadura militar, eliminava de vez qualquer possibilidade de retorno à democracia. Nesse cenário, um jovem universitário, até certo ponto alienado do contexto político que o cercava, em busca de respostas às suas angústias pessoais, embarca numa aventura sem volta, que iria marcar sua vida para sempre. Tendo a densa floresta como pano de fundo, o personagem, numa atmosfera de pesadelo, combate aqueles que o governo considera como inimigos da nação, mas que no fundo são apenas pessoas que apresentam as mesmas dúvidas e inquietações suas. Fantasmas do Araguaia, obra de ficção, fruto de profunda pesquisa do autor, que inclusive esteve na região, pretende mostrar aos leitores o lado humano desse conflito, que lamentavelmente ainda não pode ser dado como encerrado, já que muitas vítimas continuam sem direito a uma sepultura digna.