Noel de Medeiros Rosa (1910 – 1937) entrou para a história como um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Apesar da brevidade de sua vida intensa – repleta de música, bares, madrugadas e amores –, a qualidade de seu legado é indiscutível. Sua contribuição foi essencial para a legitimação do samba de morro através do rádio, principal meio de comunicação em sua época. Em dezessete contos, os oito autores recriam diversos momentos da vida de Noel Rosa com a liberdade criativa permitida pela literatura. Um apanhado de toda a vida do Poeta da Vila pode ser lido em “O filho de Martha”, de Geny Vilas-Novas. Uma possibilidade de processo de criação artística pode ser vista, por exemplo, no caso da funcionária de uma fábrica de tecidos, que teria motivado a letra de Três apitos, no conto de mesmo nome de Maria Joana Rodrigues Colin. Os problemas financeiros estão retratados em “O vil metal”, de Esther Largman. Uma imaginária parceria musical, com o compositor Mafra, está na trilogia elaborada por Helio Brasil. Os variados amores e o casamento a contragosto são elencados em “A rosa e o poeta”, de Conceição Albuquerque. Evidencia-se o quanto ficou marcado pelo queixo defeituoso em “Sina – mensagem para nós dois”, de Silvana Vargas. O convívio com figuras importantes da história da música brasileira está representado em “O visitante da noite”, de Jacobb Gonik. A morte e a influência da vida e da obra do compositor podem ser conferidas em “Cicatrizes”, de Mariana de Oliveira.