Fernando I foi um legislador atento às necessidades e às mudanças sociais, um promotor do desenvolvimento económico, nomeadamente da agricultura, do comércio marítimo e da construção naval, um zelador da justiça numa conjuntura social nacional e europeia nada fácil, a que se juntou o cisma da Igreja.
Não obstante, o seu reinado seria um “calvário” de lutas internas e pessoais na reivindicação da sua legitimidade como soberano, de Leonor Teles como sua mulher e rainha, e de Beatriz como herdeira legítima do reino.
O amor do rei pela fidalga fez dela uma rainha, mas não apagou a questão da suspeição de adultério com a consequente ilegitimidade do casamento real e da filha de ambos à sucessão. Os amores régios eram desculpáveis se de alcova, mas não se pedia ao rei que amasse a rainha. Fernando fez da mulher que amava rainha em vida e não uma amante real, como o pai ou o primo.
Este monarca sofreria a maior contestação de que houve memória a qual terminaria na(s) tentativa(s) de envenenamento que o conduziriam a uma morte precoce. Os infantes Castro, o Pacheco e o Cunha seriam acusados de terem agido contra o interesse do reino e do rei. Mas estes viviam em Castela. Quem seriam os agentes dos conspiradores no reino e na corte?
Fernando desejou ficar sepultado para sempre ao lado da mulher amada, mas o destino cedo os separou em vida e fá-lo-ia na morte. No coro alto da igreja do mosteiro de S. Francisco de Santarém, o túmulo de Leonor ficaria para sempre vazio ao lado do seu…