A astrofísica e a cosmologia têm, entre outras, a finalidade de situar o homem no espaço e no tempo. Hoje, estas ciências ensinam-nos que atingimos a sexta revolução copérnica: matéria, luz, energia apenas constituem 4 por cento do universo; as leisque julgávamos «universais» apenas estão ligadas à nossa pequena «província cósmica»; outras dimensões (cerca de uma dezena) que não conseguimos distinguir, existem efectivamente. 0 nosso Universo, prisioneiro da entropia, irá doravante numa expansão sem fim que conduzirá à sua morte térmica, sem esperança de retomo. 0 vazio, quântico, não é o nada. 0 invisível torna-se presença. Estas descobertas vertiginosas pedem o encontro com a filosofia para oferecer ao Homem respostas para a sua incessante nova condição: simultaneamente filho do universo e estranho a ele. Finalmente, emerge a noção de antropo-cosmos, segundo a qual cada um de nós possui a totalidade do universo, na sua natureza biológica, fisica, e nos comportamentos, sem que no entanto disso tenhamos consciência. O aperfeiçoamento da nossa consciência, pelo amor, pela poesia, as relações com o próximo, toma -se uma via para aprender a viver sem necessariamente conhecer os fundamentos do universo e do Homem. Testemunha perfeitado verdadeiro e íntimo encontro da ciência com a filosofia, este livro, de um brilhante saber, sempre profundo e jubilatório, restitui o Homem à condição de filho do Céu.