Este livro tem como intuito principal identificar uma filosofia no cinema. Estabelecemos como ambos operam para traçar semelhanças, diferenças e interseções. Nossa pretensão é reconhecer nos filmes processos lógicos, epistemológicos, estéticos, éticos e psicológicos. Há filosofia no cinema se este nos faz pensar, envolvendo razão e emoção na interpretação dos efeitos da imagem sobre nós. Para fazer asserções que tenham alcance universal, ele afirma pela imagem, recorrendo à ficção e ao virtual, sustentando-se em situações particulares. Seu desafio é fazer entrever o universal através do particular. Assim, o conhecimento passa a ser uma experiência inesquecível. No cinema, os conceitos surgem quando a imagem é explorada em suas ambiguidades e formas que, em geral, se formam fora dela. Vemos como as imagens são capazes de seduzir o pensamento, estimulando-o ou influenciando-o. Mesmo sendo produto de uma ilusão, não apenas consegue o nosso consentimento, mas ainda nos aproxima de algum tipo de verdade que pode ser avistada apenas pela ficção. Concluímos que o cinema é uma experiência que consegue nos alçar para além do gosto pelas coisas, rumo à compreensão delas.