Filosofia Poemática: um coração ético no seio da razão é um ensaio de outro modo de abordar e dizer os conteúdos filosóficos e de filosofar mesmo. A obra busca ultrapassar a linguagem muitas vezes fria e seca da filosofia praticada, a conceptualização articulada logicamente como um discurso de segundo grau; voltar ao vivido cotidiano das pessoas, dia a dia sentido e afetando na carne, na alma inteira, no espírito de cada ser humano: filosofia dentro do grau – o primeiro, da vida concreta em movimento –, quando o latejo da afecção vivida ainda ressoa no Eu. Se é possível pensar filosoficamente sentindo a dor, o amor; se é possível pensar e dizer o preconceito ali onde ele ocorre e revela seus efeitos dolorosos na totalidade de um Eu; se é possível entrar com o Si mesmo nas experienciações dos outros seres humanos e ouvir ressoar em Si mesmo a universalidade da busca do Sentido; se é possível pensar sob o latejo do coração; se é possível dizer os latejos humanos universais dos corações sob afecção desses mesmos latejos, o leitor pode percorrer as respostas aqui partilhadas. Dentro de cada poema, sempre, ele vai encontrar um latejo; em cada poema, certo latejo mais forte nascido em uma experienciação concreta, vivida pelo autor ou visitada por este em outrem. Em cada poema, a ressonância filosófica do acolhimento poemático do vivido; em cada poema, o leitor poderá encontrar algumas de suas próprias ressonâncias ligadas à sua própria vida e terá a ocasião de provocações, de ultrapassar a leitura pela meditação, capaz de fazer ouvir os latejos próprios do Sentido do humano em cada Eu. Para cada dia, um poema: eis uma boa medida. Para cada dia, um tanto suficiente do humano: eis como o coração ético pode virar acontecimento!