A história central de "Florim" – primeira novela de Ruth Ducaso (assinatura estética da escritora Luciany Aparecida) – é a da Dita, uma mulher que trabalha no tráfico de drogas enquanto sonha em ser nomeada poeta.
O livro se compõe a partir de diferentes registros: relatos em primeira e terceira pessoa nos formatos diário, narrativa oral e poesia, e ao longo do texto da novela, vamos conhecendo a Dita em meio a fúria e a prisão. Seu deslocamento, solidão, prazer e encantamento.
Florim é drama de mistério e eu creio nele – nos avisa Denise Carrascosa, no seu encantador posfácio, e continua: O palco montado para Dita é de pathos trágico ancestral; é caminho de liberação de força na morte de uma mulher preta, filha contemporânea. Seus filhos emudecidos gritam sangue. Já Dita faz a ponte: entre vida e morte, é senhora dos seus descaminhos. Já Ruth, a du Caso, curiosa de contar a história de Dita – coisa secreta da ordem do incontável e incontado – não narra, performa, porque é mulher de “boca rasgada”: uma griot. (Denise Carrascosa).
Florim é um livro que fala do racismo estrutural na sociedade brasileira a partir de imagens que são registros e rastros do período colonial brasileiro, como bem aponta Grace Passô em seu belíssimo texto de orelha:
Florim, em seu título, revela a condição paradoxal de um território que nomearam Brasil. É, ao mesmo tempo, o nome da moeda de compra de escravizados e adaga que evoca Iansã. Entre a barbaridade e a proteção de Oyá, seguimos neste país de tragédias seculares e sobretudo da sanha indomável de suas mulheres. Florim é denúncia poética. É história de amor entre guerreiros do desmundo. (Grace Passô).
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O que já disseram sobre Florim:
Florim: A poeta e traficante Dita nomeia a protagonista do primeiro romance da escritora baiana Luciany Aparecida, que assina como Ruth Ducaso – Resenha de Taynã Olimpia na Revista Continente – junho de 2021: https://revistacontinente.com.br/edicoes/246/florim
“Florim”, de Ruth Ducaso: Caixa acúst